Da cidade para o campo: 12 anos de dedicação na agricultura familiar

Até os 22 anos de idade, Isaías Soares, que nasceu e cresceu em Erebango, sempre morou na área urbana. O que ele não imaginava é que um dia sua vida poderia se transformar na realização profissional e pessoal, por meio do contato direto com a natureza.
Ao casar-se com Ana Paula de Oliveira, que já residia no campo, a decisão foi fixar residência na propriedade localizada na Comunidade de Ventarra. Ana Paula é filha única e queria se manter mais próxima dos pais. “Assim iniciou minha trajetória na agricultura e o foco maior sempre foi na bovinocultura de leite”, afirma Isaías ao destacar a alegria de estar há 12 anos no setor. “É uma lida diária e o que gostamos de fazer, enfrentando muitos desafios mas é prazeroso trabalhar na atividade, principalmente conviver com os animais e a natureza como um todo. Para nós é muito melhor que estar em uma empresa, em um ambiente fechado. O ar livre e limpo do interior, é incomparável”, declara o jovem produtor.
Desafios
Na avaliação do erebanguense, o maior desafio é se manter na atividade, tendo em vista os altos custos de produção e a busca constante por mais reconhecimento. “Acredito que seja necessário mais valorização do trabalho que é feito pelo produtor, além de apoio”, salienta.
Ele ressalta, ainda, que tem a esperança de obter sempre a renda do leite, sem necessitar de outras atividades, e viver tranquilo com sua família, sem ter a dúvida, de um mês para outro, se vai conseguir se permanecer na área. “Do mesmo modo, é motivo de orgulho sabermos que, a partir do nosso esforço, contribuímos com uma pequena porcentagem da alimentação da sociedade brasileira, tendo em vista a importância da cadeia leiteira em todo País”, ressalta.
Foco no futuro: investimentos
Hoje, Isaías e a esposa administram o próprio negócio com 27 animais em lactação. “Quando ingressamos, havia apenas um e a ideia sempre foi ampliar e evoluir na atividade leiteira”, pontua.
Segundo Isaías, na época eram entregues 80 litros de leite a cada dois dias e agora a estimativa é buscar novos investimentos e chegar até 70 animais. “Trabalhamos somente com vacas da raça Jersey, pois são mais dóceis e fáceis de lidar, inclusive por apresentarem porte reduzido, o que auxilia nas práticas de manejo”, explica.
A expectativa desse momento refere-se especialmente à organização de uma estrutura de Compost Barn (um tipo de instalação para vacas leiteiras que consiste em uma grande cama coberta e visa o conforto, além da compostagem dos dejetos). “Hoje trabalhamos com elas soltas no pasto e a ideia é melhorar esse sistema”, frisa.
A razão, comenta o produtor, está relacionada principalmente à questão da mão de obra, considerando que a ideia é continuar somente ele e a esposa no trabalho, sem a contratação de funcionários.
Outro aspecto que vale mencionar é que o cuidado e a preocupação com o bem-estar dos animais vai muito além do interesse na produtividade. “Sentimos que eles ficam felizes também e retribuem o carinho que concedemos a eles. Isso compensa até mais que financeiramente”, enaltece.
O projeto de ampliação e melhoria de infraestrutura está na fase da terraplanagem, a qual já começou para que seja possível viabilizar a construção.

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